domingo, 15 de novembro de 2009

Brasil: Educação de quarto mundo


Segundo o Professor Amador Batista a educação brasileira vem se transformando em ferramenta doutrinária para o socialismo, desde os anos 80. Correntes dialéticas e marxistas invadem, a cada ano que passa, os espaços da educação formal. No Paraná de Requião então, a Educação está tomada por gramscianos que cuidam de doutrinar os professores, que por sua vez repassarão aos alunos conteúdos de matiz esquerdista.

E agora a coisa está ficando cada vez mais aberta. Matéria da Gazeta do Povo, jornal com maior circulação no Paraná, denuncia o caráter doutrinário e ideológico de várias questões da última Prova do Enem.
Reproduzo abaixo a matéria:


Gazeta do Povo, 12/11/2009 - Curitiba PR
Provas “governistas” são regra, dizem especialistas
Educadores ouvidos pela Gazeta do Povo afirmam que elogios à esquerda não ocorrem apenas no Enade, mas em diversos outros exames
Flávia Alves
O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, o Enade, aplicado no último domingo, trouxe à tona uma infeliz constatação: a educação está se prestando mais à doutrinação ideológica do que à instrução propriamente dita, segundo os especialistas consultados pela Gazeta do Povo que tiveram acesso à prova do Ministério da Educação (MEC). O pior, afirmam, é que essa prova não é uma exceção, mas apenas um novo exemplo do que está se tornando regra no ensino brasileiro.

O exame – que tem como objetivo avaliar o desempenho de estudantes do primeiro e último anos do ensino superior e foi aplicado a mais de 1 milhão de estudantes de todo o país – abordava na primeira parte, comum a todos os cursos, dez questões de formação geral. Deste total, quatro faziam referências a ações do governo federal, além de outras abordagens ao longo das provas específicas. “As questões são politiqueiras, pois trazem a um público significativo – em termos de número de eleitores – as informações que o governo quer deixar gravadas na memória e que virão à tona na hora em que esses fatos forem incorporados como plataformas eleitoreiras”, afirma Araci Asinelli da Luz, professora da Universidade Federal do Paraná e doutora em Educação. Segundo ela, as respostas consideradas certas são “unilaterais e
impositivas”, ou seja, excluem e até mesmo desqualificam outras formas de pensamento. “É a ideia do governo salvador. Uma vergonha; as sociedades científica e acadêmica deveriam se posicionar, mostrar o que estão fazendo em nome de uma avaliação”, acrescenta.

Mais do que a exaltação do governo federal, o Enade reproduz a ideologia de esquerda, alerta o professor e educador João Malheiro. “Além da propaganda, é uma ideologia marxista que se vê na prova. Já, já, vamos chegar ao governo de Hugo Chávez. A diferença é que aqui a mensagem é subliminar”, diz o educador, para quem tal prática não é exclusiva do Enade 2009. “Isso já se viu em anos anteriores, se vê no Enem, nos vestibulares e até mesmo nos livros didáticos”, denuncia. Para Miguel Nagib, advogado e coordenador do Escola Sem Partido, grupo criado em 2004, a prova do MEC apenas corrobora uma realidade há muito presente no ambiente escolar brasileiro. “O viés ideológico de esquerda tem sido adotado há anos. As próprias provas de acesso ao magistério são verdadeiros filtros ideológicos, assim como as de acesso ao ensino superior. A doutrinação é praticada ao longo dos ensinos fundamental e médio por esses professores que já foram doutrinados, criando uma realidade paralela. O perigo disso é eliminar um lado da verdade”, analisa. Fortalece-se a doutrina, perde-se em instrução, diz o professor de Filosofia Carlos Ramalhete. “Em História, Geografia e Sociologia se vê muito do mecanismo de pregação. O sujeito sai do ensino médio sem saber que estados formam o Nordeste ou o Norte, porque a prioridade é doutrinar e não ensinar”, explica.

Os especialistas apontam ainda outra consequência: a valorização das instituições que reproduzem o que se considera “certo” em detrimento das que não seguem o modelo adotado como correto pela prova. “Isso faz com que o governo – e não o mercado, as empresas e os alunos – dite um currículo e passe a dizer que uma universidade é boa”, afirma Ramalhete. O próprio Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela aplicação do Enade, reconhece que um dos seus objetivos é consolidar uma avaliação que prestigie as instituições de ensino que ofereçam educação de qualidade. No entanto, Malheiro se pergunta até que ponto um exame carregado de ideologia pode servir como um instrumento justo. “Os sistemas de avaliação pouco avaliam e seus resultados de pouco servem para melhorar as universidades. O objetivo acaba sendo distribuir recursos aos seus pupilos”, afirma
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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Festival de Erros em Honduras


Imagine que o governo brasileiro, mais propriamente seu Presidente, aquele que nunca sabe de nada, não soubesse dos planos de retorno de Manuel Zelaya a Honduras, arquitetado por Hugo Chavez. Se isso é verdade, Lula foi ingênuo, pois o que Zelaya está fazendo nada mais é do que usar a Embaixada Brasileira como palanque, ou suporte logístico para, de lá, tocar suas ações políticas. E se Lula sabia disso tudo, torna-se então conivente com tudo o que o "Mel" vem fazendo por lá.

sábado, 12 de setembro de 2009

Burros-Bomba

Essa notícia seria típica do antigo Notícias Populares e suas matérias bizarras. Seria bizarro se não fosse trágico: o ataque atribuído às FARC - Forças Armadas revolucionárias da Colômbia. Segundo a matéria do Estadão, houve duas mortes. Lamentável.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O Momento do PT


Assisti ontem, na Globonews, ao Programa entre Aspas, apresentado pela Monica Waldvogel. Confrontando idéias, um breve debate entre um deputado do PT e o ex-petista, um dos fundadores do Partido, sociólogo Francisco Oliveira, dando suas versões sobre a crise no Senado e a participação do PT na defesa de Sarney, de olho na aliança com o PMDB para 2010. Copio aqui as palavras do sociólogo, pinçadas do blog do Tas, que seguramente assistiu ao programa. Oliveira foi categórico e direto ao ponto:
"A relação da crise atual com as anteriores é a mesma: o Lula tornou-se maior que o partido e o partido vive a reboque do presidente. Impõe o estilo autoritário que é próprio do Lula e foi escondido devido ao fato de que era um prestigioso líder sindical em oposição à ditadura. Lula é muito autoritário, arrasou o PT, fez do partido trampolim para suas alianças políticas espúrias. [A tese da governabilidade] é um velho argumento conservador. Todos no Brasil que preferem manter o status quo usam o argumento da governabilidade".

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Contar a história é mais importante que apenas registrar dados



Daniel Charles
Author and Contributing Science Correspondent, National Public Radio

Science reporter Daniel Charles has been a technology correspondent for National Public Radio and the Washington correspondent for New Scientist magazine. He has covered the misadventures of the Mir space station, earthquakes in India, nuclear smuggling in Germany, and the frontiers of scientific research. He was a German Academic Exchange Scholar in Bonn, Germany, a research fellow at the Institute for Peace Research and International Security at the University of Hamburg, and a Knight Science Journalism Fellow at MIT.

Mentes dogmáticas

Marxistas são, em sua maioria, dogmáticos. não conseguem fazer qualquer análise política sem considerar a estrutura dialética e os dogmas doutrinários que compõem suas teses. A mídia é golpista, os Estados Unidos são a encarnação do mal, todo capitalista é oligarca. Todo crítico do marxismo é "de direita", a "democracia burguesa" é assim mesmo, a "justiça burguesa" idem, a "sociedade burguesa" idem.
Não há espaço para atitude crítica.

Lamentável.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Lula vai entrar para a História como o Presidente da Face Amadeirada


Impressionante o poder do PMDB no Brasil. Ano passado vimos uma série de denúncias envolvendo o Senador Renan Calheiros, e o governo se virando de um lado e de outro para defendê-lo. Agora é a vez do ex-Presidente José Sarney, enfiado na lama dos atos secretos do Senado. Depois da divulgação das gravações envolvendo um emprego no Senado para o namorado da netinha de Vovô Sarney, e ao ser questionado pela reportagem da Rádio Globo AM, nosso Chefe de Estado vem com essa: "não se pode vender tudo como se fosse um crime de pena de morte". Mais uma vez, como já vez com os envolvidos no mensalão (leia-se josé Dirceu), como fez com Renan Calheiros, Lula acaricia os aliados, amadeirando sua face como jamais se viu nesse país. A charge é de Clayton, pescada no blog Giro pelas Cidades.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Novas tecnologias, web e comunicação social

As novas tecnologias estão cada vez mais baratas, e cada vez mais proporcionando comunicação entre indivíduos. Em 1991, uma câmera digital com 1,3 migapixels custava US$ 1.300,00 . Hoje, milhões de telefones celulares de US$ 40,00 com câmeras de 2 e 3 megapixels contam a história de confrontos nas ruas do Irã, nas esquinas de Honduras, ou de uma festa junina no interior do Nordeste, e tudo disponível momentos depois no Orkut, no Twitter, nos fotoblogs. Esses indivíduos sem poder, sem nome e sem fama estão mudando a cara do mundo, aqui ou na Coréia (do sul, claro).
Ao contrário do que imaginava a turma da Escola de Frankfurt, essa tecnologia cada vez mais acessível tem transformado os indivíduos em produtores de conteúdo, não apenas espectadores manipulados ou manipuláveis.

Sobre esse tema, vale a pena ler a entrevista de Marcelo Tas no sítio do Estadão. Ele é o brasileiro com o maior número de pessoas e ele conectadas via Twitter (mais de 100 mil).

sábado, 4 de julho de 2009

Tapetão é o que o Lula precisa pra colocar o Sarney por baixo dele, juntamente com os seus amiguinhos do mensalão. Lula, o presidente do tapetão!



Depois de crescer politicamente com base na estratégia de criticar tudo e todos, como fazia nos anos 80 ao dizer que no Congresso são 300 picaretas, Lula aprendeu que para manter o poder não importa o quanto de lama e sujeira tenhamos que mandar pra debaixo do tapete, desde que se faça isso efetivamente, com sua cara de pau já peculiar. Assim como fez com José Dirceu e Palloci, Lula faz agora com Sarney. Segura a onda do "dono" do Congresso com o papo furado da governabilidade e da sustentação política do PMDB. Tristes práticas políticas. A verdade e o senso de respeito ao povo que o elegeu ficam em segundo plano. A charge foi pescada do site do jornalista amapaense Correa Neto.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

BOAS NOVAS VINDAS DA ESPANHA

Deu no Estadão, matéria da Reuters:

ESPANHA RETIRA TÍTULOS HONORÁRIOS DE FRANCO

MADRI - A prefeitura de Madri retirou nesta segunda-feira do ex-ditador espanhol Francisco Franco o título honorário de prefeito da cidade e cidadão madrilenho, 33 anos depois que sua morte deu início à transição para a democracia.

Vereadores de todas as correntes políticas aprovaram por unanimidade a remoção dos títulos, bem como as medalhas que Madri concedeu ao general de direita, disse um porta-voz do Conselho Municipal.

"A capital da Espanha está agora livre de apoio a ditadores", disse a vereadora de esquerda Milagros Hernández, segundo informou o site da rede de TV CNN+.

A iniciativa é a última de um esforço liderado pelo governo socialista para remover traços de Franco em nomes de ruas, estátuas e outros símbolos de glorificação do ditador que conquistou o poder depois de uma guerra civil de três anos, encerrada em 1939, e que ficou no comando do país até sua morte, em 1975.

As remoções começaram com uma lei aprovada em 2007 pelo governo do primeiro-ministro José Luis Rodriguez Zapatero, cujo avô foi morto pelas forças de Franco.

A medida reverte a concepção de que depois da morte de Franco seus partidários entregariam o poder sob a condição de que a futura democracia não iria remexer no passado.

Membros do conservador Partido Popular (PP) criticaram a lei socialista por, segundo dizem, cutucar desnecessariamente as feridas do passado. No entanto, o PP - que governa a cidade de Madri - apoiou a proposta de remover os títulos honorários de Franco.

(Reportagem de Sarah Morris)

sábado, 27 de junho de 2009

E viva o Twitter!

Twitter e pérolas de Millor


As novas tecnologias são, ao contrário do que os intelectuais da Escola de Frankfurt achavam, ferramentas de cidadania na sociedade aberta. O Twitter está fazendo seu santo estrago no Irã, municiando pessoas a trafegar velozmente preciosas informações sobre o que ocorre com a repressão às manifestações sociais contra o "chuncho" das eleições presidenciais que reelegeram Ahmadinejad. Pra quem já está no Twitter sugiro seguir Millor Fernandes. Impressionante como ele usa com talento o espaço dos 140 caracteres para destilar seu texto crítico, humorado e genial. Dê uma olhada em www.twitter.com/millorfernandes
Abaixo transcrevo algumas pérolas dele que encontrei por lá:


"Nas noites de Brasília, cheias de mordomia, todos os gastos são pardos."


"Você está bêbado quando começa a sentir solidariedade e não consegue pronunciar essa palavra."


"Acabar com a corrupção é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder."


"Anatomia é uma coisa que os homens também têm, mas que, nas mulheres, fica muito melhor."

Jackson Pollock


Um dos maiores pintores americanos e da história das artes plásticas do século XX, Jackson Pollock fez história com uma maneira muito particular de pintar. Obviamente que esse processo foi descoberto por ele ao longo do tempo, à custa de muita reflexão e dor próprias dos artistas geniais. Morreu num acidente de carro, e teve sua vida invadida pelo problema do alcoolismo. Pra quem gosta de cinema e artes plásticas, a dica é o filme que conta a história de sua vida, com a impecável interpretação de Ed Harris. Abaixo postei imagem da obra que mais gosto dele: Convergence. Tem também um link para o JacksonPollock.org, para aqueles que quizerem brincar de ser Jackson Pollock.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Michael Jackson: imortalizado nessa imagem e nessa dança

King of Pop is dead!


O começo de minha carreira na comunicação foi como locutor e DJ de FM. Comecei a trabalhar na Folha FM em Londrina em 1984, época em que Michael Jackson era o rei das paradas musicais em todo o mundo. O álbum Thriller, produzido pelo grande produtor e jazzista Quincy Jones, fez de Michel Jackson o recordista até hoje com o álbum musical mais vendido de todos os tempos. Hoje a digitalização está acabando com o conceito de álbum, que eu particularmente acho muito bacana porque apreende de modo mais abrangente o momento criativo do artista. Hoje compramos ou baixamos de graça as músicas diretamente da web. Hoje recebi a notícia da morte de Michael Jackson, momentos atrás(19h50m de Brasília) Estou triste. Quem gosta de música pop está triste!

PROFESSORES DE JORNALISMO SE MANIFESTAM FRENTE AO FIM DA EXIGÊNCIA DO DIPLOMA

(Reproduzo Nota oficial do FNPJ - Fórum Nacional de Professores de Jornalismo)

Supremo julga jornalismo pelo que ele não é e atribui superpoder de regulação às empresas do setor

Duas premissas equivocadas constituíram a base de argumentação do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão de São Paulo, do Ministério Público Federal e de oito ministros do STF para derrubar a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Com premissa errada, a conclusão só poderia repetir erro.

A primeira é a de que a atividade profissional do jornalista seria a do exercício da opinião, cujo direito estaria, portanto, impedido pela exigência de qualquer diploma. Assim, o jornalismo foi julgado pelo que não é.

O jornalismo opinativo faz parte da fase embrionária da imprensa. Na atualidade, porém, o jornalista produz informações novas (conhecimento) acerca da realidade e faz a mediação das diversas opiniões sociais que disputam visibilidade na esfera pública. Por dever ético e eficácia técnica, ele não expressa a sua própria opinião nas notícias e reportagens que escreve.

Trata-se de atividade profissional, remunerada, e não gozo de direito fundamental, o que torna a medida do STF, além de equivocada, ineficaz. Mas ela teve uma consequência ainda pior, caminhando no sentido contrário ao anunciado: eliminando a necessidade não só de qualificação, mas também de fiscalização e registro em órgão de Estado (Ministério do Trabalho), o Supremo acabou com qualquer proteção ao cidadão, transferindo o poder de regulação para as empresas do setor.

E se o jornalista passou a ser aquele que meramente expressa a sua opinião, quem provê a sociedade de notícias e faz a intermediação das opiniões sociais? Destituindo essa função de qualquer requisito em termos de conhecimento, a decisão do STF criou séria restrição a outro direito humano fundamental, o de receber informações de qualidade, um direito-meio para o pleno exercício da cidadania.

A segunda premissa equivocada é a de confundir diploma com “restrição de acesso”. O critério para decidir se um diploma deve ser obrigatório não é, como disseram os ministros, a capacidade inequívoca, cristalina, para evitar erros e danos à sociedade, porque nenhum diploma garante isso. Prova disso são os inúmeros erros médicos, jurídicos e de engenharia cotidianamente noticiados. Em vez disso, o critério mais adequado é a capacidade efetiva de um curso para qualificar serviços fundamentais para os indivíduos e para as sociedades, como é o jornalismo nas complexas sociedades contemporâneas.

Na verdade, o diploma universitário democratiza o acesso à profissão, na medida em que se dá não pelo poder discricionário do dono de mídia, mas via instituição de ensino, que tem natureza pública e cujo acesso, por sua vez, se dá mediante seleção pública (vestibular) entre todos os pretendentes a determinada profissão. Pelo menos era assim também no jornalismo até o fatídico 17 de junho de 2009. Se há problemas com a água do banho, não podemos jogar fora também o bebê (o espírito da seleção pública e democrática e a própria formação).

Ao contrário disso, e junto com a revogação total da Lei de Imprensa, dias antes, o fim do diploma deu poder absoluto aos empresários do setor sobre a imprensa no Brasil. Nada mais avesso aos anseios dos cidadãos brasileiros, que se preparam para discutir, na Conferência Nacional de Comunicação, como limitar o poder dos donos de mídia.

Com isso, o Brasil retrocede nos dois sentidos: o jornalista, entregue ao domínio do empregador, deixou de ser, para meramente estar (jornalista) , a depender da situação conjuntural de possuir um contrato de trabalho, e o dono de mídia abocanha também um poder da sociedade, o de órgão regulador.

Mas o duro golpe recebido com tamanha desqualificaçã o da atividade (até mesmo por envergonhadas empresas de comunicação) não deve nos levar a desistir. Uma das formas de luta, agora, passa a ser a própria Conferência Nacional de Comunicação, em que a importância e a singularidade do jornalismo como forma de conhecimento e de mediação social tem de ser por nós demonstrada. Afinal, alguém imagina as complexas relações sociais atuais sem o jornalismo? Esse é um debate da sociedade e não só de quem sobrevive da atividade.

É o momento, também, para assumirmos e defendermos, sem culpa, a linha de afirmação dessa identidade e especificidade do jornalismo que até agora norteia, no âmbito do MEC, o debate nacional em torno das novas diretrizes curriculares para o ensino de jornalismo.

Só conseguiremos reverter as consequências negativas do 17 de junho se houver ainda mais investimento pessoal e coletivo de estudantes, profissionais, professores, pesquisadores e escolas de jornalismo na própria formação e nessa afirmação também qualificada do campo do jornalismo, em cursos de graduação, mestrado e doutorado inequivocamente estruturados sobre a natureza da atividade, a partir da qual se organiza a sua necessária relação com as demais áreas profissionais e do conhecimento.

Precisamos continuar demonstrando para os ministros do Supremo, como já o fizemos diversas vezes, mas também para a sociedade, que todos os seres humanos são comunicadores e podem expressar a sua opinião, na medida em que isso é inerente à condição humana. E que os jornalistas são os primeiros a valorizar e defender essa condição e esse direito. A história confirma isso.

Contudo, a comunicação jornalística constitui um campo singular, e mantém com a sociedade um contrato específico, que gira em torno da prestação do serviço público de mediação do debate social e da produção cotidiana de um conhecimento novo (informação) a respeito da realidade. Trata-se de algo bastante distante da simples expressão da opinião e que também não se confunde com ficção, publicidade e entretenimento.

Brasília-DF, 23 de junho de 2009