quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Nunca antes nesse país se viu tanto desleixo com o dinheiro dos indivíduos


Esse crime tem um nome: apropriação indébita. É o que a ANEEL - Agência Regulatória responsável pelas operações de energia elétrica no Brasil - está cometendo de fato: crime de apropriação indébita. Entre 2002 e 2009 as distribuidoras de energia cobraram equivocadamente a mais dos cidadãos brasileiros o valor de  R$ 7.000.000.000,00 (coloquei os zeros para que possamos ter a dimensão do quanto significa o montante de R$ 7 bi).
Vários setores da sociedade estão cobrando na justiça. Nessa semana a direção da ANEEL emitiu nota afirmando ser impossível devolver o dinheiro. Por uma cruel coincidência, a época das apropriações indébitas coincide com os anos do Governo Lula.  Mais detalhes no Estadão .

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Congressistas - os inimigos da democracia brasileira

Não dá prá dizer outra coisa. Não dá prá se pensar outra coisa. Eles não são sérios. Com exceção do PSOL, único que se mostrou sério no dia de hoje (embora tenha uma ideologia tacanha e equivocada), todos os outros partidos aprovaram o aumento de 61% em seus próprios salários, a toque de caixa. Não houve discursos, não houve contestação, não houve senão um funesto, útil  veloz silêncio. Os parlamentares fogem da imprensa. Não querem dar entrevista. Não querem falar sobre o assunto. É vergonha. Estão morrendo de vergonha. Caras-de-pau.

É assim que se faz. Espere chegar o fim de ano, quando todos estão preocupados com seus afazeres de fim de ano, quando a opinião pública está desatenta e passe  - via acordo de lideranças - o que quiser passar no Congresso. Enquanto isso o Brasil que trabalha está correndo: o comércio aberto até mais tarde, indústrias correndo atrás de entregar suas últimas encomendas, alunos fazendo exames, professores corrigindo exames, e etc... Ninguém tem tempo para parar e questionar essa ação absurda de nossos congressistas.

A justificativa é que os salários sejam alinhados aos dos juízes do STF. A pergunta que faço é: o que tem uma coisa a ver com a outra? O que tem o trabalho do STF a ver com o trabalho de um deputado federal? Minha perspectiva é de que essa justificativa é frágil e mal alinhavada. Me parece uma justificativa ad hoc: foi inventada no meio do caminho.

Todo o esforço que pessoas sérias em nosso país fazem para valorizar as instituições democráticas vai para o ralo com uma atitude dessas. Nossos congressistas carimbam suas caras-de-pau com a pecha lamentável de inimigos da democracia. Como é que nós vamos dizer aos ignorantes que não devemos fechar o Congresso em tempos de crise? Como vamos defender junto aos marxistas radicais - o MST por exemplo - de que a democracia representativa é a mais adequada a um país verdadeiramente livre e democrático, do que a democracia popular que eles querem (e onde não há a figura do Congresso)?

Como é que um professor do ensino fundamental não tem dinheiro para comprar sequer um livro enquanto esses vermes aumentam seus salários da forma nojenta como estão fazendo?
Que vergonha senhores congressistas! Que vergonha!

A propósito: tudo isso acontece em  meio ao silêncio retumbante do atual Presidente e da Presidente eleita.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A Campanha Presidencial (pobre, muito pobre) acabou. E agora?

Recentemente tivemos uma campanha presidencial. Foi a mais banal que já vi na minha reles vidinha. Os debates fictícios sobre aborto e privatizações foram o maior exemplo de falsidade política de ambos os lados.
 
Com o final do processo eleitoral os verdadeiros problemas de interesse (dos políticos) vieram à pauta: nova CPMF, aumento de salário generalizado para políticos em Brasília e um novo marco regulatório para a comunicação. NADA, repito, NADA disso foi discutido claramente na campanha presidencial. Prá mim isso foi estelionato eleitoral.

 Da atual situação tenho sérias restrições, pois o tempo vai passando e o PT vai, devagarinho, retomando sua inspiração estalinista.  Em sua origem, o PT foi criado por sindicalistas, castristas e religiosos da teologia da libertação (que prega um estado socialista). No momento da abertura democrática o PT viu-se obrigado a "abraçar" os princípios democráticos. Agora, consolidando-se no poder, estão com a faca e o queijo na mão para operar reformas que digam respeito aos seus interesses (estalinistas).

Já o PSDB cristalizou sua divisão interna e sua incompetência política em organizar um partido como se deve fazer. Cometeram tantos erros que poderiam levar o prêmio de "os paspalhos do ano".

 No meio desses dois partidos que foram para o primeiro plano da cena política, e sempre mudando de lado conforme muda o poder, está o PMDB, o dono da máquina burocrática em quase todo o Brasil. PMDB de Requião, Calheiros e Sarney. Habilidosos em agir nas coxias do teatro político e se manter como donos do Status Quo.

 Ouvi um analista, recentemente, dizer: "o  brasileiro tem cultura eleitoral, mas não tem cultura política". Portanto, já passou da hora de nós, pessoas comuns, começarmos a olhar mais seriamente para nossos problemas políticos e atuar mais politicamente. Precisamos inclusive interagir mais com nossos políticos aqui na web, via Facebook, Twitter, Orkut e etc... Podemos aqui criar uma nova opinião pública. O tempo urge.
 E já passou da hora.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Roberto Campos versus Top Top Garcia

Aí vai um pequeno - porém significativo - confronto entre um verdadeiro liberal brasileiro (ave rara) e um ícone acadêmico das "esquerdas", hoje um dos mais influentes dentro do Governo. Bela a resposta de Mr. Fields quando questionado sobre as privatizações, explicando que o dinheiro BNDS, é oriundo de fato dos pagadores de impostos.

O melhor do vídeo é a resposta que Campos dá à jornalista Eleonora de Lucena, desmascarando a tese de que os esquerdistas em 1964 queriam uma democracia social.

Segundo Campos, era um pessoal autoritário, disposto a levar pessoas ao paredón, como Che Guevara, que assassinou mais de 600 pessoas.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

PT e PSDB: semelhanças




A esquerda marxista, coletivista e estatista tem ojeriza por tudo o que não seja Estado e Governo. 

Fica claro que essa "esquerda" (que ama autoproclamar-se assim, ignorando que essa dicotomia já está mais do que furada, e como se o termo lhes conferisse virtude) não está preocupada com o desenvolvimento do país. Está preocupada com o poder e com a formação de uma hegemonia, nos moldes das teses gramscianas.
É inegável admitir os avanços do governo Lula.
Mas uma análise séria, como é de se esperar de jornalistas e acadêmicos, não pode prescindir da tese de que Lula  deu continuidade às mudanças feitas por FHC. E de que ele colheu e deliciou-se com os frutos colhidos graças às mudanças no governo anterior.
Somente no ano passado Guido Mantega teve R$ 42 bilhões no seu caixa oriundos de impostos do setor de telefonia, aquele que foi privatizado pelo governo anterior. Dá prá se fazer muita coisa com essa grana.   
Numa outra ótica, a privatização trouxe inclusão cidadã.Quem, no começo dos anos 90, poderia pensar que um dia um catador de papel pudesse ter seu aparelho celular?

Inegável também admitir que a política social do Bolsa Família (que é uma política liberal, diga-se de passagem)  iniciou-se no governo anterior. Eu achava inclusive o Bolsa Escola mais interessante, pois mantinha uma ligação com uma política de inclusão educacional. 


É inegável também admitir que PT e PSDB seguiram o mesmo caminho no campo econômico. A gestão  de Palloci no Ministério da Fazenda, por exemplo, foi mais austera e ortodoxa do que a de Pedro Malan. O atual Ministro Guido Mantega apenas toca o barco no rumo dado pelo seu antecessor, que saiu do Governo graças a (mais) um escândalo.
É inegável admitir também que o PT e o PSDB tem a mesma gênese, e quase a mesma origem. Os historiadores poderão marcar melhor do que eu as diferenças históricas entre um e outro partido, mas todos sabem que num dado momento, lá no final dos anos 70, eles se cruzaram.
As diferenças ideológicas entre esses partidos podem se dar da seguinte maneira: o PT quer ser definidamente socialista e o PSDB quer ser social-democrata. Esse caráter socialista do PT levou o partido à recusa na assinatura da Constituição de 1988, a mais democrática e socialista de nossa história.

Todos sabem que o PT foi contra  o Plano Real.
Entretanto,  Lula não teria obtido o sucesso que obteve sem a base sólida que a moeda estável por ele criticada anos atrás lhe proporcionou.
O mesmo PT criticou pesadamente a Lei de Responsabilidade Fiscal, que mudou a história dos municípios do Brasil. Todos se lembram como era a rotina de Prefeitos que assumiam suas prefeituras quebradas, gestão após gestão. Era uma festa. Isso acabou, prezados colegas. Essa mesma lei deu ao país um endividamento menor no setor público. Obviamente que o governo seguinte gozou dessa vantagem.
É inegável que o PT hoje tenha um perfil de partido social-democrata, no que tange à sua política econômica, embora permaneça com a velha fome de aumentar o tamanho do Estado, via novas estatais e aumento de concursos públicos.


Até nos defeitos  PT e PSDB são parecidos. O PSDB sabia que não conseguiria governar o pais sem uma aliança com os conservadores do PFL, hoje DEM.
Ora, Zé Dirceu soube muito bem copiar o modelo bem sucedido. Caiu a ficha para o PT, que só conquistou o poder quando construiu uma aliança com conservadores do PMDB.
O mesmo Sarney que deu suporte ao governo FHC dá hoje suporte ao governo Lula.
Portanto, sugiro deixarmos  as paixões e o romantismo esquerdista  de lado, e olharmos com um pouco mais de distanciamento nesse momento.

Estamos vivendo um segundo turno de eleições, onde as fofocas, o denuncismo e o moralismo religioso de segunda categoria tomam espaço e minam o debate profundo que poderíamos realizar sobre os verdadeiros problemas do país. 

Ambos os candidatos usam desses artifícios. Hoje, e mais uma vez,  PT e  PSDB se nivelam por baixo. Se os candidatos fossem do PMDB e do DEM, o comportamento não seria diferente. 
Por isso tudo exposto acima, uma análise serena  não pode levar a sério uma frase como a posta pelo jornalista Aloysio Biondi:

"Em cinco anos, o governo Fernando Henrique Cardoso não destruiu apenas a economia nacional, tornando-a dependente do exterior. Seu crime mais hediondo foi destruir a Alma Nacional."

FHC não destruiu a economia nacional. Muito pelo contrário, criou as bases para o crescimento dado no governo posterior. Uma árvore só cresce e dá frutos depois que fortaleceu suas raízes.
Também não é verdade a romântica acusação de que FHC destruiu a Alma Nacional. Isso me parece texto de milico nacionalista. Historicamente sabemos que socialismo misturado ao nacionalismo deu na mais terrível experiência da história da humanidade. 

Infelizmente teses liberais são quase indefensáveis num país de pouquíssima tradição democrática e cultura política como o nosso.
Embora essas teses sejam, em todos os cantos do planeta, responsáveis pelos maiores e melhores índices de desenvolvimento humano, aqui ainda nos orgulhamos de sermos "donos" da Petrobrás (como se  nossos filhos precisassem de petróleo para viver). Governo tem que se dedicar com todas as suas forças em prover saúde, educação e segurança ao seu povo. 
O que passar disso é, no meu humilde ponto de vista,  dispensável. 


sábado, 18 de setembro de 2010

A Imprensa, "ferramenta do capital"



Recentemente vi o Professor Roberto Romano na TV explicando como funciona a cabeça dos marxistas que hoje estão no poder. Esse pessoal considera a lei como uma ferramenta “burguesa” para a manutenção do status quo.  Romano lembrou também as lições de Antonio Gramsci, um dos gurus intelectuais das esquerdas, que pregam a necessidade de respeitar a lei apenas como uma estratégia para a conquista do poder. Depois, vê-se o que faz com essa lei, ou cria-se leis que atendam às “aspirações do povo”. Óbvio que eles, os socialistas, e somente eles,  sabem de fato quais são as necessidades do povo. Além do monopólio da virtude, possuem também o monopólio do bom conhecimento.
Outra postura característica dos que se autointitulam “esquerdistas”  é achar que toda a crítica feita a eles parte de uma ação arquitetada diabolicamente com o objetivo de lhes destruir. Toda crítica a eles feita é fruto de ação do “capital”, ou das “grandes transnacionais”, ou do “império estadunidense” (aliás eles agora se negam a chamar americanos de americanos ou norte-americanos).
Como um dos papéis fundamentais da imprensa é dar voz a denúncias e reportagens contra erros ou supostos erros de qualquer forma de poder, os socialistas se colocam naturalmente numa posição de se defender a qualquer reportagem crítica como “ação deliberada” para favorecer “a direita”. A imprensa quando lhes faz crítica está a serviço do “capital”, ou etc, etc, etc...
Hoje, em comício realizado em Campinas o Presidente tascou: “ Nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como partidos políticos.” Não por acaso atacou também a revista Veja. Ora, quando a edição da revista que trouxe a denúncia contra Erenice Guerra saiu nas bancas, os partidários de Dilma Roussef saíram Internet afora chamando a matéria de eleitoreira, de desespero da oposição e de denúncia arquitetada apenas para reverter o quadro eleitoral.
Fora tudo isso verdade e as investigações iniciadas desmentiriam a reportagem. Ocorre que tudo o que foi denunciado foi sendo confirmado ao longo da semana. Os tentáculos do “polvo” foram sendo descobertos, tendo o filho de Erenice Guerra como figura principal dos esquemas de tráfico de informação.
A lição que se tira é, de fato, mais do que sabida. Socialistas querem mesmo é poder. 

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A liberdade de culto e a falta de escrúpulo



Fui criado em uma igreja evangélica. Frequentei-a até o começo de minha juventude. Tenho respeito pelas igrejas cristãs sérias. Embora hoje tenha uma perspectiva mais crítica em relação ao gap que existe entre o discurso dos sacerdotes e o que acontece de fato nas estruturas religiosas, uma sociedade aberta tem compromisso com o direito e a liberdade de cada indivíduo exercer sua espiritualidade como quiser, desde que respeitando a lei e o Direito.

Entretanto, vivemos hoje uma escalada de aproveitadores religiosos, que invadem os veículos de comunicação com suas pregações agressivas e incisivas, especialmente quando se refere às questões das ofertas.

Um exemplo está no vídeo que copio aqui e que recebi por email. Trata-se de uma solicitação "especial" do pastor para uma causa específica do indivíduo. Tido como um dos mais importantes oradores evangélicos do momento, o Pastor do vídeo pede que seus fiéis creiam que, doando uma oferta "especial" de um aluguel poderão conseguir sua casa própria (se não conseguir, ele dirá que faltou fé ou desígnio de Deus era outro, e não há pois como reclamar ao PROCON). E por aí vai, com "planos" também para os que pagam casa própriae até os desempregados, que teriam de arranjar um jeito de ganhar uma grana e "oferecer à Obra".

Fico pensando em que ética esse tipo de pregação foi buscar inspiração. Outros, que se auto-intitulam Apóstolos, chegam a pedir oferta com metas já dadas na pregação: "Você pode fazer sua oferta de 30, 40, 100 até 500 reais, sem problema algum". Nessa fala está implícita a seguinte ideia: "Não me venha com mixaria de 10 ou 20 reais".

Essa "igrejas"compram horários televisos a preços que são verdadeiras fortunas. Milhões de reais são pagos por essas instituições à Band, Rede TV, CNT, Rede Massa e outros canais locais. E de fato, quem paga por esses milhões são os fiéis, indivíduos de boa fé que acreditam estar contribuindo para a obra de Deus. Eles estão contribuindo na verdade com o aumento do estoque de caviar dos diretores da Band, pagando o combustível do jatinho dos donos da CNT, e financiando as novelas da Record. É isso: o dinheiro "do Senhor" paga o cachê do artista da Record que faz papel de alienígena na novela. Paga o beijo na boca dos atores e o whisky do diretor no seu camarim.

Vejo nisso tudo um abuso da intimidade que o sacerdote tem pela sua posição em favor dele ou das instituições a que pertence. Com esse tipo de pregação e ética (de uma tal teologia da prosperidade) esse pessoal está construindo impérios (como é o caso da Record). Igrejas que pregam prosperidade à custa da grana dos humildes que não conseguem perceber criticamente que estão sendo enganados. A realidade é essa. Enganados "em nome do Senhor"!


sábado, 14 de agosto de 2010

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sobre ser de esquerda ou de direita


Esse tema desperta paixões.

Procurando um artigo no Jornal de Londrina sobre basquete, encontrei um texto do Paulo Briguet, amigo jornalista aqui da terrinha. Conheci Briguet nos anos 90, ao visitar a república de um amigo, Marquinhos Diet. Na época fiquei espantado com o interesse pela intelectualidade que o então estudante de jornalismo trazia. E mais, Briguet era um trotskista convicto. Eu nada entendia de trotskismo, e o pouco que vinha lendo sobre marxismo e sobre o racionalismo crítico de Karl Popper me fazia cada vez mais um defensor do pensamento liberal.


Não é preciso dizer que alguém defender ideias liberais na universidade brasileira, particularmente nas ciências sociais era e continua sendo o mesmo que defender a importância de torcer para o Palmeiras para uma plateia dominada pela torcida do Corinthians. Eu já experimentava isso naquela época, e Briguet sabe o que isso significa hoje em dia.


No Brasil pouco se sabe sobre liberalismo ou mesmo sobre autores liberais. Como as teorias socialistas e pós-modernas ainda imperam na academia, ficamos todos sabendo da Escola de Frankfurt, da heróica crítica de Marx ao capitalismo, e conhecemos autores "bacanas" (porque socialistas) como Boaventura de Souza Santos e Habermas, por exemplo.

Raros são aqueles que conhecem as teses de um Hayek, ou de um Popper, ou mesmo de um Raymond Aron. Norberto Bobbio seria um dos reconhecidos, mais por seu Dicionário de Política e suas análises na Filosofia do Direito do que pela sua consistente defesa das ideias liberais. Muito poucos conhecem o debate diferenciando conservadores e liberais. Pouquíssimos sabem que um dia liberais estiveram ao lado dos socialistas, defendendo teses republicanas, como Murray Rothbard nos conta em seu "Esquerda e Direita".

Voltando ao Briguet. Dez anos mais tarde, eu com pouquíssimos e brancos cabelos, ele com uma testa crescente, nos reencontramos num shopping da cidade. Compartilhamos um café e recordamos seu passado trotskista.

Ele me contou que acabou abandonando as ideias socialistas ao se deparar com as críticas postas pelos autores da liberdade. Briguet foi objetivamente convencido pelas ideias, pelo debate franco e aberto que só a ciência e a filosofia podem oferecer. Isso só acontece àqueles que se apresentam diante do conhecimento com a coragem de por suas teses para serem testadas e, acima de tudo, de ter em mente que suas ideias podem estar equivocadas, e que a verdade pode estar em outra direção.

Comecei esse artigo dizendo que o tema acende paixões, pois é fato que o romantismo incensa as ideias socialistas e as reveste com aura de bom mocismo, de amor ao próximo e à humanidade, do mantra da igualdade, etc, etc, etc... É com o combustível do romantismo que os socialistas defendem teses como a da "transformação" da sociedade, da "revolução" (embora essa tese esteja um pouco fora de moda), e de "um outro mundo possível".



Socialistas adoram uma utopia.
O problema é que eles, insistentemente, negam-se a aprender as lições que a história cansou de pregar aos que saem matando gente em nome da igualdade e de uma bandeira utópica.

O hoje popstar Che Guevara disse um dia em pleno púlpito da ONU: "Em Cuba fuzilamos e continuaremos fuzilando". O amor cego pelo socialismo impede aos apaixonados de perceber que Che está, numa perspectiva realmente humanista, muito mais para vilão que para mocinho.

Em contrapartida os liberais, ao oferecer sustentação teórica ao capitalismo, seriam a antítese das românticas ideias socialistas. Estariam nessa corrente abrigados os interesses financeiros, a dureza do pensamento racional e focado na economia capitalista. Fora isso verdade e seríamos uns pobres coitados.

Ao contrário, a verdade repousa no compromisso que o liberal tem com o realismo e, não com uma ideia utópica de instalar o céu na terra, mas em corrigir da melhor maneira possível o que pode ser corrigido hoje, aqui e agora. E o que pode ser melhorado para o amanhã, sem que isso implique em tirar a vida de quem quer que seja, de impedir quem quer que seja de exercer seu direito de ir e vir, de se expressar, de empreender, de acreditar nos seus projetos de vida.

O que um liberal não quer é instalar a verdade por meio de decreto, como fazem os regimes totalitários. O que um liberal também não quer é calar a boca de seus oposicionistas via censura ou de uma comunicação de mão única, com a desculpa de ser "a comunicação das classes populares para as classes populares". Ele igualmente não acredita que seja possível sairmos de uma realidade imperfeita social e economicamente, para uma realidade justa e perfeita via "transformação", "revolução" ou "imposição popular". Para quem acha que isso é possível, sugiro ler o agradável clássico "A Revolução dos Bichos" de George Orwell. Com a linguagem de um conto de fadas, o autor nos mostra o horror em que se transforma uma ideia inicialmente romântica e bem intencionada de mudar o mundo via uma transformação utópica.

Paulo Briguet, ao se desvencilhar da paixão e da equivocada dicotomia direita/esquerda, abraçou o espírito honesto da investigação científica e da busca do conhecimento pelo conhecimento.
Como resultado teve seus olhos abertos, e bem abertos.

sábado, 24 de julho de 2010

O PT E AS FARC


Recentemente Índio da Costa, candidato a Vice na chapa de Serra, jogou areia no ventilador do PT, dizendo que todos sabem da ligação desse partido com as FARC - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Serra chancelou sua fala ao ser questionado sobre isso. Um jornalista gaúcho, Juremir Machado da Silva, interpelou Serra pelo que considerou uma "derrapada" do candidato a vice (parece que jornalista chapa branca gosta mesmo é de ser parte da notícia) ao que Serra incisivamente retrucou: "Você viu algum petista, inclusive a Dilma, explicando porque o PT é ligado às FARC, ou negando isso?

Quem quiser tirar a prova com os próprios olhos, sugiro entrar no Google e lá posicionar a palavra-chave: "Foro de São Paulo". Diversão garantida!

Eu mesmo o fiz, e olha um pequeno naco do encontrei (no sítio do Partido Comunista da Catalunha):

Foro de Sao Paulo se reúne en Montevideo




Foro de Sao Paulo se reúne en Montevideo
ABN 23/05/2008

Caracas, 23 May. ABN.- A partir de este viernes, y hasta el 25 de mayo, sesionará en Montevideo, Uruguay, el décimo octavo encuentro del Foro de San Paulo, organización que agrupa a la izquierda latinoamericana, y que se ha constituido en uno de los principales agrupamientos de esa tendencia, del que participan además observadores de todo el planeta.

Entre los asistentes se destaca la presencia del presidente de Nicaragua, Daniel Ortega (quien arribará al país este sábado por la tarde), Fernando Lugo, presidente electo del Paraguay, además de Marco Aurelio García, asesor de relaciones internacionales del mandatario Inácio Lula Da Silva, Carlos Gaviria, presidente del Polo Democrático Alternativo (Colombia) y Gustavo Larrea, ministro de Seguridad de Ecuador.

En el acto inaugural de las sesiones del 18º Encuentro del Foro de Sao Paulo, hará uso de la palabra de Jorge Brovetto, presidente del Frente Amplio, ex ministro de Educación y ex rector de la Universidad de la República.

Más de 500 invitados internacionales se esperan en Montevideo

El Foro de Sao Paulo está integrado por organizaciones de izquierda de Argentina, República Dominicana, Brasil, Ecuador, Bolivia, Chile, Paraguay, Perú, Venezuela, Colombia, Cuba, México, Nicaragua, El Salvador, Guatemala y Uruguay.

Se harán presentes, además, organizaciones de África del Sur, Alemania, Ángola, Australia, Austria, Mozambique, Noruega, Portugal, Reino Unido, Suecia, Estados Unidos, Finlandia, Francia, Grecia, Holanda, Irlanda, Israel, Italia, Japón, Bélgica, Canadá, España y China.


Viejas banderas, nuevos desafíos

Entre los temas a debatir, estará la necesidad de desarrollar un proceso de paz efectivo en Colombia y la concreción de la Unasur como una “Organización de Estados Americanos (OEA) sin Estados Unidos”.

En la declaración final que se aprobará este domingo, se espera una enérgica solicitud al Gobierno de Colombia para que dé inicio a un proceso de paz que ponga fin a 60 años de guerra iniciados con el asesinato del candidato presidencial Jorge Eliécer Gaitán en 1948.

Se espera que también se discutan temas como la integración regional, los procesos de renovación de la izquierda, así como un balance de los gobiernos progresistas en el continente.

Asimismo, se realizarán eventos de homenaje al Che Guevara y se conmemorarán los 100 años de Salvador Allende que se cumplirán el próximo 26 de junio.


Viejos amigos

El Frente Amplio, anfitrión de este evento, es fundador del Foro de Sao Paulo junto con el Partido de los Trabajadores de Brasil (su promotor), el Frente Sandinista de Liberación Nacional (FSLN), el Frente Farabundo Martí para la Liberación Nacional (FFMLN), las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC), el Partido de la Revolución Democrática (PRD) mexicano y otras organizaciones de izquierda latinoamericanas.

Cuando en 1990 se reunió por primera vez esta instancia de debate, la izquierda no gobernaba en ninguno de los países del América del Sur con excepción de Cuba, y el neoliberalismo campeaba a sus anchas anunciando el fin de la historia.

Sin embargo, la izquierda latinoamericana -empecinada- desarrolló nuevas formas de hacer política, y se debatió profundamente -y para ello fue fundamental el Foro-, logrando para el 2008 el gobierno de 10 países del sur americano.


Un fantasma recorre el Foro

Alejandro Peña Esclusa, fundador en Venezuela de la ultraderechista organización Tradición, Familia y Propiedad, se encuentra en Uruguay para boicotear las reuniones del Foro de Sao Paulo, exigiendo a su vez que esta organización expulse a las Farc de su seno, y que cese el respaldo a los presidentes de Bolivia, Evo Morales Ayma, y de Venezuela, Hugo Chávez Frías.

Peña Esclusa tiene el respaldo en Uruguay de minúsculas organizaciones de corte fascista como la dirigida por el profesor Alexander Torres Mega, colaborador de la dictadura que asoló Uruguay entre 1973 y 1985, y que fuera destituido en el 2004 de su cargo docente del Instituto de Profesores Artigas por agredir a estudiantes con gases paralizantes cuando efectuaban una asamblea.



24 de Maig de 2008

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Apresentando Popper



Por sugestão do Prof. Amador Batista, sugiro aqui uma breve leitura que apresenta de modo sucinto e muito bem sucedido a vida e as ideias de Karl Popper. O texto é do professor português João Carlos Spada, que foi também seu amigo pessoal e o organizador de uma série de livros em Portugal, da qual consta um dos últimos livros de Popper, Em Busca de um Mundo Melhor:

"É um facto que, em inúmeras democracias ocidentais, os líderes políticos do centro-esquerda e do centro-direita se reclamaram da influência popperiana. Na Alemanha Federal, o chanceler social-democrata Helmut Schmidt e o chanceler democrata-cristão Helmut Khol prefaciaram obras sobre ou de Karl Popper. Em Portugal, Mário Soares e Diogo Freitas do Amaral, entre outros, declararam-se admiradores do velho filósofo. Tive o prazer de acompanhar cada um deles em visitas privadas a casa de Sir Karl, em Kenley, em 1992 e 1993, respectivamente."

O texto completo está aqui.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Piet Mondrian, 1872 1944.

Bela apresentação do Prof. espanhol Alfredo Garcia sobre a obra do excepcional Piet Mondrian, um dos mais importantes artistas plásticos do começo do século XX. Vale a pena ver cuidadosamente cada slide. Divirta-se

quinta-feira, 10 de junho de 2010

O ufanismo que nos assola em tempos de Copa do Mundo

Começa hoje mais uma Copa do Mundo. Uma importante oportunidade que o mundo tem de conhecer um pouco mais a fundo a cultura, a alegria e as belezas sul-africanas.
Para os amantes do futebol tudo pára agora, como diz o slogan da ESPN Brasil. Para os veículos de comunicação a oportunidade de aumentar o faturamento é excelente . No caso da Rede Globo, que investe um monte, é o momento de faturar 5 montes de dinheiro.

Nesse embalo os veículos sabem que a conquista da audiência passa pela conquista da emoção e dos corações brasileiros. Produtos, serviços, canais de tv e rádio, jornais e até o pipoqueiro da esquina vestem-se de verde e amarelo e se transformam em "brasileiros com muito orgulho".

Uma pena que esse orgulho e senso nacionalista desaparecem por aqui quando mais se precisam deles, seja no trânsito, na empresa ou nos compromissos sociais e éticos que todos temos com o país. Essa crítica não é nova e fica até um pouco chata nesses momentos. Não quero ser chato nem cortar o barato daqueles que pintam o rosto e fazem preces para que nossos artilheiros façam bonito.

Só acho importante lembrar que o que chamamos de "Brasil" não passa de uma equipe de futebol muito, mas muito bem remunerada para "representar" o país nesse momento. E que é capitaneada pela CBF, que faturou somente nos últimos dias US$4 milhões. E que conta também os humildes patrocínios de VIVO, TAM, Gillette, Ambev, Itau e Nestlé.

Ou seja, toda a emoção carreada pela torcida desemboca nesses valores pagos pelos patrocinadores aos veículos e à CBF. Então fica assim: nós "brasileiros com muito orgulho" entramos com a pipoca, as tintas verde a amarelo na cara, as tvs de LCD e o dinheiro que pagamos aos produtos patrocinadores (pois o valor da comunicação está embutida nos produtos. E a CBF entra com o número da conta bancária. Bacana não?

Eu sou brasileiro com muito orgulho, mas não confundo o orgulho que tenho pelo país com o de torcer por um time de futebol que se veste de amarelo.
Prá isso, prefiro o meu Palmeiras, que é verde e não me faz confundir paixão com ufanismo. Os compromissos do liberalismo são com os valores humanos em geral, com a tradição crítica, respeito à liberdade de expressão e de crença e pela independência do indivíduo diante de qualquer Estado ou Nação. Isso sim tem muito, mas muito valor. Já para os negociantes do esporte, valores são representados por cifras financeiras tão somente.
Minha sugestão é, portanto, de torcermos com alegria, mas com o desprendimento necessário diante do ufanismo que assola em especial aos interessados na grana que tudo isso gera.

sábado, 8 de maio de 2010

O Racionalismo Crítico e a arrogância utópica

Como esse sítio tem como princípios norteadores os pressupostos do racionalismo crítico, julguei importante uma exposição sintética e clara dessa tese filosófica apresentada pelo filósofo Karl Popper.

Para dar conta disso encontrei um excelente artigo de 12 páginas, de autoria do Prof. Doutor Ubiratan Iorio, onde ficam claras as ideias que sustentam o que é o posicionamento liberal em relação à política, à ciência e a economia.

O racionalismo cartesiano, ao ser transplantado para as ciências sociais, gerou a idéia de que a mente e a razão humanas seriam capazes, por si só, de permitir ao homem construir de novo a sociedade. Tal pretensão racionalista,que Hayek denominou de construtivismo, teve suas origens em Platão, fortaleceu-se com Descartes e encontrou seguimento em Hegel e Marx. Confrontado, com o racionalismo crítico característico do pensamento liberal, o racionalismo construtivista - fonte das utopias, do socialismo e do totalitarismo - desponta como ingênuo em suas crenças,extremamente arrogante em sua gnosiologia e perigoso em suas experimentações práticas nas sociedades modernas, como a história do século XX atesta.A alternativa liberal - o racionalismo crítico ou evolutivo - baseia-se em uma visão de mundo extremamente mais realista em sua observação dos fatos, humilde em relação às limitações dos poderes da mente humana e cética no que diz respeito aos experimentos daquilo que Hayek denominou de"engenharia social" e que são o resultado natural da utopia racionalista cartesiana.Para que o leitor possa compreender as vantagens que os liberais vêem no racionalismo crítico em relação ao construtivista, no que se refere à formulação de respostas às questões filosóficas fundamentais com que o homem se defronta, é conveniente situarmos algumas questões relacionadas com a teoria do conhecimento, mostrando a importância daquilo que se chama de negatividade - que através do recurso permanente aos contra-exemplos e refutações (falsificacionismo) - sobre os argumentos de natureza positiva, que servem de apoio às atitudes dogmáticas.
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O texto completo pode ser encontrado no Google Docs ou aqui. Recomendo altamente.

sábado, 1 de maio de 2010

Antonio Cícero e a ideologia marxista hoje

Poeta e intelectual de prestígio, Antonio Cícero escreve na Folha de São Paulo desse primeiro de maio um excelente artigo, uma síntese de qualidade sobre a situação atual da ideologia marxista:um beco sem saída.

Aqui vai um trecho:

Embora tencione dar uma chave para o entendimento do mundo, como uma religião, o marxismo, longe de se tomar como religião, considera-se inteiramente racional, declarando-se tanto filosofia quanto ciência da história e da sociedade. Isso faculta ao semierudito ter-se, do ponto de vista cognitivo, como superior também aos eruditos que, por diferentes razões, não tenham adotado a concepção marxista.


O artigo integral está na Folha de hoje.

Garoto Propaganda

Esse Paulo Henrique Amorim está fazendo a pose errada em seu site, www.conversaafiada.com.br . Dá uma de jornalista sério na Record (que não deve fazer parte do PIG, nas contas deles, obviamente) e aqui na web monta um site de propaganda do governo.

Seria mais correto assinar o site como garoto propaganda do Lula e da Dilma.
O que isso aqui tem de jornalismo? Só puxação de saco dos atuais governantes. Isso é jornalismo?
Aonde?

O pior: faz campanha aberta pela candidata do Governo à Presidência, ao colocá-la como uma injustiçada perante o que ele (e o PCdo B, por coincidência) chamam de PIG - Partido da Imprensa Golpista, que são todos os jornais que fazem qualquer tipo de crítica a Lula, ou a Dilma, ou ao PT. Como se sabe, esse pessoal da esquerda, do qual o PHA é porta-voz em seu sítio, acha que opinião deve ser única ( a deles). Não suportam nem aceitam crítica. Quando ela aparece, é manifestação "de direita", ou "golpista", e por aí vai.

Pergunto: que moral esse "jornalista" teria para entrevistar os candidatos em campanha? Seria ele justo com ambos?
Ou daria tratamento VIP à sua candidata?
E as ligações com o PCdoB no site?
Quer dizer que um jornalista colocar um link do DEM em seu site é coisa do capeta, mas um "jornalista" como PHA ligar sua imagem com o Vermelho é natural né?

O site Conversa Afiada é apenas mais um de propaganda política. Quanto a isso, tudo bem, nada a reclamar. O problema é que ele é assinado por um jornalista, como sendo um espaço de jornalismo. Conversa Afiada pode ser tudo,menos jornalismo.

E minha crítica é quanto a isso. Jornalismo é coisa séria.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Notícias pretas vindas do "Vermelho"

O Vermelho é o portal e "notícias" do PCdoB (www.vermelho.org.br). Melhor seria dizer que o Vermelho é o portal de propaganda do PCdoB, pois só se encontram por lá informações com o viés socialista ou comunista, seja lá o que eles acham que são. Destaque sempre presente são as ações do MST, que eles divulgam e apóiam. Até aí,tudo normal, coisas da prática democrática.

O problema é que esse pessoal do MST tem em mente uma sociedade que não dará aos seus críticos o direito de existir, como eles existem em nossa sociedade democrática. No fundo de suas teses eles querem mesmo é a sociedade comunista, ou melhor - a sociedade fechada. Nela só haverá espaço para a justiça do "povo", assim eles dizem. E a elite deles é que decidirá o que o povo quer. Nós já vimos isso com a subida de Lênin ao poder na Rússia, e o que isso gerou.

Nessa semana apareceu lá uma matéria que, além de preocupante, começa a mostrar de fato quem é o MST`, e como ele seduz com seu canto da sereia a intelectuais que pouco estudam, a universitários apaixonados e a pessoas humildes, essas reféns da ignorância:

MST organiza tribunal popular para julgar latifúndio em Recife
A noite da última quinta-feira (22/4) solenemente conduziu o agronegócio e o latifúndio ao banco dos réus. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e organizações como o Núcleo de Assessoria Jurídica Popular - Direito nas Ruas (NAJUP) e a Terra de Direitos instauraram um simbólico Tribunal Popular nas dependências da histórica Faculdade de Direito do Recife, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Na mobilização, somaram-se docentes universitários, estudantes, trabalhadores(as) rurais, sindicalistas, intelectuais, membros de partidos políticos e outros movimentos sociais, com o intuito de discutir a realidade brasileira e, nela, as implicações da peculiar e cruel estrutura agrária nacional.

O tribunal foi composto pela professora Dra. Larissa Leal, que desenvolveu o papel de magistrada, pelo professor Me. Roberto Efrem Filho, ocupando o lugar da promotoria, e pelo advogado sindicalista Teobaldo Pires, que assumiu a responsabilidade pela defesa do latifúndio e do agronegócio, fazendo-o, contudo, apenas cenicamente - como ele mesmo fez questão de tornar claro desde o início do evento. O corpo de jurados, por sua vez, formou-se com membros de movimentos sociais, professores e estudantes, os quais, ouvidas a acusação e a defesa, deveriam proferir sua decisão.


Lá mesmo no site, emendei o seguinte comentário:

Esse chamado tribunal "popular" nada mais é do que um ensaio de um tribunal leninista que o MST, capitaneado com mão de ferro pelo camarada Stál...ops... Stédile, gostaria de implementar no país. Ou seja, o MST e - temo que também o PC do B, querem mesmo é uma sociedade à lá URSS. O "povo" vai julgar e levar à forca os "capitalistas". Depois o "povo" vai decidir o que é justo, o que é verdadeiro e o que se pode ou deve dizer sobre o Estado. Mais ou menos o que os irmãos Castro fazem em Cuba, não?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Philip Glass

Num fim de semana de outono, ouvir Philip Glass é sempre uma sugestão bacana.
Prá quem não conhece, esse inglês é um famoso compositor de trilhas sonoras de filmes e obras eruditas. Em Glassworks ele faz um trabalho mais pop. Aqui, uma pequena degustação. Nice weekend!


glassworks "opening piece" by philip glass from apion on Vimeo.

sábado, 17 de abril de 2010

Parte 5 da entrevista com Yoani Sanchez, pela TV Futura, Programa "Passagem para..."

passagem para - entrevista yoani sanchez - parte 5 from Canal Futura on Vimeo.

Parabéns ao repórter Luis Nachbin por essa entrevista com Yoani Sanchez. Aqui a parte 4

passagem para - entrevista yoani sanchez - parte 4 from Canal Futura on Vimeo.

Yoani Sanchez, parte 3

passagem para - entrevista yoani sanchez - parte 3 from Canal Futura on Vimeo.

Luis Nachbin e a entrevista a Yoani Sanchez parte 2

passagem para - entrevista yoani sanchez - parte 2 from Canal Futura on Vimeo.

Passagem para a verdadeira Cuba

Luis Nachbin é o repórter do programa "Passagem para...", apresentado pela TV Futura. A ideia é mostrar culturas diversas pela América Latina afora. Dia desses pesquei um pedaço de uma entrevista dele com Yoani Sanchez, a blogueira cubana que está, com muita coragem, desnudando o regime autoritário dos Castro. Vim aqui para a web e achei a totalidade das entrevistas.

Se você quer conhecer o que é um regime autoritário de fato, se você quer um retrato de Cuba sem as cores falsas do romantismo socialista, veja essa entrevista. Copio aqui a primeira parte.


passagem para - entrevista yoani sánchez - parte 1 from Canal Futura on Vimeo.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Uma aula de Liberalismo

Pedro Schwartz Giron dá uma entrevista ao Libertad Digital e conta um pouco de sua história e das ideias liberais que tem conduzido sua vida política. Vale a pena.



quinta-feira, 15 de abril de 2010

Os acordos e os princípios

Estamos vivendo um momento importante de preparação para as eleições de 2010. É gente conversando e articulando prá lá e prá cá, tentando pegar carona, tentando desembaraçar cruzamentos de interesses locais com estaduais, estaduais com nacionais e assim por diante.

Até aí tudo normal numa sociedade democrática. O problema que se percebe é que esses acordos tem como fio condutor a conquista de poder, independente da qualidade ou da orientação política do parceiro.Na verdade, qualidade política se mede no Brasil com votos. Por isso encontramos figuras execráveis ocupando postos no Senado, na Câmara e nas Assembleias estaduais.

Por essa lógica, alianças tornam-se extremamente pragmáticas, e podem envolver hoje o PT, amanhã o PR, depois de amanhã o PSDB, e por aí vai. Pode juntar aliados do MST com aliados dos ruralistas.

Seria cômico se não fosse trágico.

domingo, 11 de abril de 2010

Debate importante

O historiador Marco Antonio Villa e o jornalista Leandro Narloch discutem a ideologização do ensino de história no país pela esquerda. Excelente debate, e boa mediação de Monica Waldvogel. Aviso importante: isso é para não doutrinados. Se você for um socialista, vai ficar com raiva.

domingo, 28 de março de 2010

O site-panfleto de Paulo Henrique Amorim

Mandei o seguinte comentário no site do Paulo Henrique Amorim, aquele que trabalha na Record e fica falando mal do resto da Imprensa:



Ô Paulo Henrique, esse seu site, "Conversa Afiada", é mesmo de jornalismo ou é um panfleto raivoso contra o Serra?
E da Dilma, não se fala nada? Nem do Ciro? Nem da Marina?
Lendo isso aqui (www.paulohenriqueamorim.com.br) tenho a impressão de que o Serra é a encarnação do Diabo e a Imprensa (quando não fala bem do Lula) é a seara do capeta. Isso tem alguma coisa a ver com jornalismo? Não parece mais propaganda político-partidária? Por que você não coloca logo ao lado as logos do PCdo B e do PT na sua home-page? Ficaria mais honesto pelo menos, não acha?




terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Divagações de uma terça-feira de carnaval

Todas as besteiras cometidas por Lênin, Stálin, Hitler, Mao, Fidel, Mussolini, Perón, Vargas e etc., foram feitas em nome do povo.
Emir Sader, Top Top Garcia e José Dirceu são expoentes de um grupo que não quer um país democrático de fato. Querem um "governo do povo".

O "governo" que esse grupo quer é nada mais nada menos que a ditadura do proletariado, travestida de "modernidade", via "movimentos sociais", que não passam de organismos dirigidos estrategicamente e com mão de ferro por indivíduos ideologizados e integrados aos sistemas políticos de esquerda (PCdoB, PT, Psol, PCO, PSTU,etc.) Procure um líder de “movimento social” e vai encontrar alguém ligado a esses partidos (ou outros que não conhecemos).
Prá quem quer entender bem essa história sugiro o livro A Revolução dos Bichos, de George Orwell. Ele traça, numa linguagem deliciosa de uma fábula como uma idéia cheia de boas intenções acaba numa tragédia social.

Capitalismo com liberdade, justiça e igualdade de oportunidades para todos. É disso que precisamos. Sem discursos emocionados e demagógicos.
Alguém aí quer estatizar de volta as telecomunicações? Alguém tem saudade do tempo que se comprava telefone como se compra um imóvel?
A educação universitária é em sua grande maioria privada. A francesa é majoritariamente pública (socializada, portanto).
Qual dos modelos gera mais produção científica? Segundo dados de pesquisadores educacionais, os americanos.
Mais papers produzidos, maior número de prêmios Nobel, maior número de contribuições à ciência.
Já no Brasil o modelo privado na educação é um desastre. "Newcomers" nessa área estão preocupados em fazer dinheiro, com pouca preocupação com a qualidade do ensino oferecido.
Ignorantes, não sabem eles que lucro consistente e duradouro vem de serviço prestado com qualidade. Por enquanto há excesso de demanda, por isso muitos ainda estão se dando bem. Quando a demanda se equilibrar, vamos ver que instituições vão sobrar.
Parece um contrassenso chamar empresários da Educação de ignorantes. Mas no Brasil, essa é a bruta realidade.
Aí, outros ignorantes e míopes dizem, com base somente na experiência brasileira atual, que a educação tem que ser 100% pública.
O problema não está no modelo, mas nos empresários brasileiros que o operam.
Hora de rompermos com o discurso demagógico de que o capitalismo é nocivo e o socialismo é bonzinho. Ambos têm benefícios e malefícios.
Porém, no confronto geral, o capitalismo acaba sendo menos nocivo e mais produtor de desenvolvimento.
Por que o país está num bom momento? Por que está capitalizado. As empresas estão investindo. Os consumidores estão comprando.
Quem paga imposto é a iniciativa privada. Então, falar de geração de empregos é falar de mais capitalismo. Mais empresas pagando impostos!
Pode-se dizer que o Estado pode gerar empregos. Mas de onde o Estado tiraria dinheiro para pagar os empregos? De impostos. E quem os paga?
Quando os políticos demogagos da esquerda falam que é preciso trazer mais empregos, estão fazendo uma defesa do capitalismo. Alguém precisa dizer isso a eles.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

A tentação dos românticos

Os líderes carismáticos sempre recorrem às paixões e emoções das pessoas - em especial as humildes - para sedimentar sua liderança e sua influência sobre as populações. E volta e meia tem à sua disposição uma utopia para seduzir e levar seu povo a sonhar com a "terra prometida", onde haveria fartura e um mundo novo e perfeito para todos.

Nada pior para uma sociedade aberta que a pregação da utopia. Ela só nos leva à amargura e ao desespero com a realidade presente.

É através da sedução utópica que líderes conquistam mentes humildes do povo (e de muita gente instruída também) que não aprenderam a exercer atitude crítica.
Utopia é arma para tiranos, ditadores e totalitários em geral.
Pensadores nacionalistas, marxistas e romãnticos são chegadinhos numa utopia, pois ela é a base da sedução para o discurso totalitário, do carisma e da palavra de ordem, uma vez que ela não passa de um sonho romântico.

Um iluminista não precisa de utopia. Ele acredita na correção dos erros pelas reformas constantes, ao invés de uma revolução que se proponha a "transformar" a realidade em algo novo, perfeito e sem os vícios e defeitos da sociedade anterior.

Imagine a utopia da "família perfeita": vamos revolucionar as famílias. Destruir as atuais e criar novas famílias. Só com parentes bacanas.
É esse tipo de coisas que propõe o MST, por exemplo, ao querer o surgimento de uma nova sociedade (está implícito nesse desejo utópico a destruição da sociedade atual, sem o qual não se pode implantar o modelo perfeito, utópico).

E é seguido e aplaudido por intelectuais e políticos até de respeito.
Uma coisa é um ideal, outra coisa é acreditar em uma utopia. O ideal de liberdade é diferente de acreditar num país onde "todos sejam livres".
Por mais que haja um país onde a maioria seja livre, sempre haverá falhas no sistema, ou seja, gente que não é livre.
Isso não por conta do "sistema", como dizem os marxistas.Simplesmente nada que seja humano no mundo é perfeito.Erramos em tudo que fazemos.
Isso não quer dizer que não possamos chegar a um momento em que todos realmente sejamos livres. Esse ideal deve ser perseguido, mas não via pensamento utópico. Tal ideal pode ser atingido ao longo do tempo, preservando-se o direito, o respeito à democracia e a tolerância.