quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Nunca antes nesse país se viu tanto desleixo com o dinheiro dos indivíduos


Esse crime tem um nome: apropriação indébita. É o que a ANEEL - Agência Regulatória responsável pelas operações de energia elétrica no Brasil - está cometendo de fato: crime de apropriação indébita. Entre 2002 e 2009 as distribuidoras de energia cobraram equivocadamente a mais dos cidadãos brasileiros o valor de  R$ 7.000.000.000,00 (coloquei os zeros para que possamos ter a dimensão do quanto significa o montante de R$ 7 bi).
Vários setores da sociedade estão cobrando na justiça. Nessa semana a direção da ANEEL emitiu nota afirmando ser impossível devolver o dinheiro. Por uma cruel coincidência, a época das apropriações indébitas coincide com os anos do Governo Lula.  Mais detalhes no Estadão .

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Congressistas - os inimigos da democracia brasileira

Não dá prá dizer outra coisa. Não dá prá se pensar outra coisa. Eles não são sérios. Com exceção do PSOL, único que se mostrou sério no dia de hoje (embora tenha uma ideologia tacanha e equivocada), todos os outros partidos aprovaram o aumento de 61% em seus próprios salários, a toque de caixa. Não houve discursos, não houve contestação, não houve senão um funesto, útil  veloz silêncio. Os parlamentares fogem da imprensa. Não querem dar entrevista. Não querem falar sobre o assunto. É vergonha. Estão morrendo de vergonha. Caras-de-pau.

É assim que se faz. Espere chegar o fim de ano, quando todos estão preocupados com seus afazeres de fim de ano, quando a opinião pública está desatenta e passe  - via acordo de lideranças - o que quiser passar no Congresso. Enquanto isso o Brasil que trabalha está correndo: o comércio aberto até mais tarde, indústrias correndo atrás de entregar suas últimas encomendas, alunos fazendo exames, professores corrigindo exames, e etc... Ninguém tem tempo para parar e questionar essa ação absurda de nossos congressistas.

A justificativa é que os salários sejam alinhados aos dos juízes do STF. A pergunta que faço é: o que tem uma coisa a ver com a outra? O que tem o trabalho do STF a ver com o trabalho de um deputado federal? Minha perspectiva é de que essa justificativa é frágil e mal alinhavada. Me parece uma justificativa ad hoc: foi inventada no meio do caminho.

Todo o esforço que pessoas sérias em nosso país fazem para valorizar as instituições democráticas vai para o ralo com uma atitude dessas. Nossos congressistas carimbam suas caras-de-pau com a pecha lamentável de inimigos da democracia. Como é que nós vamos dizer aos ignorantes que não devemos fechar o Congresso em tempos de crise? Como vamos defender junto aos marxistas radicais - o MST por exemplo - de que a democracia representativa é a mais adequada a um país verdadeiramente livre e democrático, do que a democracia popular que eles querem (e onde não há a figura do Congresso)?

Como é que um professor do ensino fundamental não tem dinheiro para comprar sequer um livro enquanto esses vermes aumentam seus salários da forma nojenta como estão fazendo?
Que vergonha senhores congressistas! Que vergonha!

A propósito: tudo isso acontece em  meio ao silêncio retumbante do atual Presidente e da Presidente eleita.