domingo, 13 de maio de 2012

Trabalho escravo e o oportunismo do atual Governo

Desde 1995, mais de 42 mil pessoas foram libertadas em condição de trabalho escravo no Brasil, de acordo com dados do próprio Ministério do Trabalho. em função disso, está em discussão na Câmara dos Deputados uma proposta de tornar lei a expropriação de propriedade rural em caso de comprovação de trabalho escravo na mesma.

Mais uma vez o país está tendendo a escolher a atitude mais populista e de moralidade rasteira para resolver um problema que é - sem dúvida - seríssimo. De um lado, a cara de pau de alguns deputados conservadores que questionam agora o que se pode definir como trabalho escravo. De outro, os arautos do outro mundo possível que aproveitam cada oportunidade para dar um passo adiante rumo a uma sociedade cada vez mais totalitária.

É inegável que precisamos encontrar para o país uma solução definitiva para o trabalho degradante e com claras evidências de escravidão. Há muito empresário rural safado por aí se aproveitando de estar lá no fundo do rincão brasileiro, escondido nos interiores de suas terras, abusando e explorando cidadãos brasileiros humildes e desprovidos de informação, socorro e capacitação. Mais uma vez, a solução - a meu ver - está no centro. Não se pode mais ser conivente com formas indignas de contratação de pessoas. Mas não podemos também cair no discurso fácil da ideia de expropriação. A sociedade democrática precisa garantir o direito de propriedade, instituição que visa preservar o indivíduo das garras do Estado.

Quem garante que uma lei dessas não vá prejudicar exatamente pequenos agricultores por incorrerem em um ou outro delito de legislação trabalhista e que possam ser interpretados equivocadamente como trabalho escravo por algum ou alguns fiscais mal intencionados?

A punição deve realmente ser severa, a ação do Estado deve ser firme, mas percebo certo oportunismo do atual governo e querer trazer ao país o nefasto instituto da expropriação.