terça-feira, 19 de abril de 2011

Memórias da Ditadura: Filme sem mocinho!

Com o passar do último dia 31 de março o assunto rondou a mídia e repercutiu nas redes sociais (tá na hora de alguém inventar um apelido pra isso, que "redes sociais" é um termo meio chato). Pois bem, recentemente ouvi o professor Marco Antonio Rossi falando no rádio que devemos lembrar nosso passado, devemos respeitar e cultivar as memórias de nossa ditadura, até para que os jovens saibam o que aconteceu e que isso não se repita e etc...

Embora o Prof. Rossi tenha dado um tratamento cuidadoso, próprio de um acadêmico, não é bem assim que o jornalismo brasileiro, via de regra, tem tratado do assunto.
O viés dominante nessa cobertura é o que se cristaliza ano após ano, de demonizar os militares e beatificar os presos políticos, torturados e guerrilheiros.

Ninguém com verdadeira consciência democrática defenderia qualquer regime de exceção. Ocorre que, no pacote que se apresenta, vem junto a ideia de que os "revolucionários" eram jovens cheios de ideais dignos, que lutavam por um "mundo mais justo", lutavam "pela democracia". Se fizermos um exame mais apurado das entidades guerrilheiras, veremos que o ideal que os levava a pegar em armas era a utopia de um "outro mundo possível". Basicamente eles tinham 3 referências desse "outro mundo": Cuba, União Soviética e China. Os líderes? Seus líderes eram; Trotsky, Mao, Lênin como intelectuais, e como inspiração heróica Che.

Ou seja, se tínhamos uma direita retrógrada e golpista, tínhamos uma esquerda que nem falava em social-democracia: queriam era o socialismo utópico, o mesmo que, ou desmoronou em 1989, ou nunca chegou a ser implementado, exatamente por sua inexequibilidade. Um filme com bandidos, e sem mocinhos!