Na tradição autoritária ibero-americana, liberalismo sempre foi um anátema. Apesar de nunca ter marcado presença nesses países, o liberalismo (agora atacado sob o jargão "neoliberalismo", criado pelos náufragos do socialismo) é acusado de todos os males. Liberalismo é a face do demônio na terra.
Mas o que é ser liberal? Ora, liberal é aquele que defende as liberdades, tanto a política quanto econômica - aliás, inseperáveis. É liberal pela metade aquele que privilegia a liberdade econômica em detrimento das liberdades civis, considerando que a economia é o lugar onde se resolvem todos os problemas. Nisto, está mais próximo dos marxistas.
Ser liberal é bater-se por todas as liberdades: além da liberdade econômica, as liberdades de ir e vir, de expressão, de crença, de imprensa etc.
Nesse sentido, o liberalismo não é uma ideologia, mas uma filosofia do cidadão em guarda contra a excessiva intervenção do Estado e dos poderes públicos. Liberdade é um bem que se conquista, não um favor do Estado ou do governante.
Como disse Mario Vargas Llosa, Prêmio Nobel de Literatura 2010 e um dos raros intelectuais latino-americanos a defender as ideias liberais:
"Diferentemente do marxismo ou dos fascismos, o liberalismo não constitui, na verdade, um corpo dogmático, uma ideologia fechada e autossuficiente com respostas pré-fabricas para todos os problemas sociais, mas sim uma doutrina que, a partir de um conjunto relativamente pequeno e claro de princípios básicos estruturados em torno da defesa da liberdade política e da liberdade econômica - ou seja, da democracia e do livre mercado -, admite em seu interior uma grande variedade de tendências e nuanças."
Liberal, em suma, é quem defende, contra a cultura autoritária, a cultura da liberdade.
P.S.: nunca é demais lembrar que as ideologias mais sangrentas do século XX foram, todas elas, antiliberais: nazismo, fascismo e comunismo.
Obrigado, Alvaro,
ResponderExcluire já que você falou em gatilho, digo: sempre gostei do velho John Wayne (rs).